O Sentido da Insignificância
Eu busco o sentido em um mundo sem escalas, onde cada passo é como um grão de areia na praia do tempo. Meu nome é João, mas poderia ser qualquer outro, pois não faz a menor diferença. Minha vida é um ponto no universo, procurando o próximo ponto - mas para quê?
Encontrei um grupo de apoio para pessoas insignificantes, chamado IA (Insignificantes Anônimos). O líder, Nadalir, um homem com um sorriso irônico, deu-me boas-vindas (não sei porquê).
"Bem-vindo, João. Aqui, você não é apenas um átomo, é um universo inteiro de insignificância."
"Obrigado... acho", respondi.
O grupo começou, então, a competir por quem era mais insignificante.
Zé da Pamonha: "Eu me sinto como um vazio no milharal."
Zé Roela: "Eu sou uma partícula de poeira em um ventilador quebrado."
Zé do Taxi: "Todas as minhas direções levam a lugar nenhum."
Zé Corinthiano: "Chuto, chuto, chuto e nunca acerto o gol."
Zé Peixes: "Eu nado e nada."
Zé das Conchas: "Olho para dentro de mim e só encontro areia."
Nadalir sorriu: "Vocês estão todos errados. Vocês são muito mais insignificantes do que isso. Isso não é nada. Vocês precisam alcançar o nirvana do 'nada absoluto'."
E então, propôs um desafio: encontrar o menor impacto possível no mundo.
Eu me perguntei: "Será que a insignificância é um destino ou uma escolha?" Não, não poderia ser isso - sou sim, tão menos que nada, pois só o nada tem a capacidade de ter algo. Nem isso tenho.
Agradeci ao líder e aos participantes e reiniciei meu destino ao meu lar... ou assim pensei. Mas... ôxe! Cadê minha casa? Vejo nada!
Insignificante consideração final do autor:
Talvez o sentido da vida seja não encontrar sentido algum. E isso é libertador. Ou não. Quem sabe? Talvez seja apenas uma questão de perspectiva.
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