ruptura
observamos o belo pássaro chegando ao seu ninho, o delicado movimento de uma mulher ao passar as mãos leve e livremente em seus cabelos.
observamos a reação de um abraço carinhoso em um amigo, o sorriso de uma criança ao ganhar um elogio.
observamos o belo nascer do sol em uma manhã de outono e somos invadidos pela sua explendorosa partida no dia em que deitara-se ao horizonte preparando-se para hoje. observamos um objeto fora de seu costumeiro lugar (não aprisionem seus objetos) e damo-nos conta de sua beleza outrora não revelada.
observamos casais apaixonados de mãos dadas caminhando no parque. observamos as folhas secas nas quais eles pisam, mas sem deixarem de olhar para cima, certificando-se de seu lar.
observamos a beleza de nossos pés, que areias brancas e mares esverdeados tiveram a chance de visitar. observamos os fios brancos em nossos cabelos que, resistentes aos inúmeros cortes, foram insistentes em sua jornada de permanência.
observamos sem expectativas. observamos a curiosidade por ela mesma.
vigiamos apenas uma coisa: o medo. (observem)
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